KRUCHEV VISITA A FRANÇA

Sinopse/Enredo

No palácio presidencial em Paris, Charles de Gaulle e Nikita Kruchev mantiveram, no último dia 24, suas primeiras conversações privadas. A sessão durou quase duas horas e ambos os estadistas deixaram a sala de conferências sorridentes. Desde sua chegada a Paris, a maior parte do tempo de Kruchev foi dedicada a apresentações públicas. O simpático chefe do governo soviético foi bem recebido em todas as cidades que visitou na sua excursão pela França. A proteção também foi boa e adequada. Milhares de policiais ficaram permanentemente atentos sempre que Kruchev saía para qualquer cerimônia pública ou oficial. O líder comunista depositou a coroa de flores junto ao arco do triunfo. A Segunda Guerra Mundial foi o tópico principal dos discursos de Kruchev. Frequentemente, ele fez apelos para uma união franco-russa no sentido de evitar o ressurgimento do militarismo alemão. A chegada da família Kruchev a Paris coincidiu com a chegada da primavera. As duas chegadas tiveram efeitos similares sobre a capital francesa: grandes emoções e uma série de acontecimentos sociais. Nada, entretanto, poderia obscurecer as grandes conexões internacionais do evento. Por exemplo, a recepção do corpo diplomático no Palácio dos Campos Elíseos que foi a grande "abertura" da visita de onze dias que Nikita Kruchev fez ao presidente Charles de Gaulle e ao seu país. Os diplomatas observaram os dois líderes na recepção cuidadosamente, procurando sinais que mostrassem para que lado os ventos estavam soprando. Kruchev já expressara temores de que a Alemanha Ocidental rearmada viria ameaçar a paz europeia. De Gaulle ouviu essa observação polidamente, enquanto a esposa do primeiro-ministro russo, como qualquer mulher, atentava para os modelos que fazem da moda parisiense a mais famosa do mundo. No banquete, pouco antes da recepção, Kruchev e De Gaulle trocaram brindes e, mais uma vez, o duelo verbal entre os dois era evidente. Novamente Kruchev admitiu quanto aos perigos do ressurgimento do hitlerismo. De Gaulle pôs o assunto de lado, mas cautelosamente aceitou a proposta de Kruchev para um estreitamento dos laços que unem os dois países. Porém, em seu brinde, deu a entender seu pensamento de que o comunismo era também uma fase passageira. Ao levantar sua taça, De Gaulle fez um brinde à Rússia "de hoje e de sempre". O efeito fez-se sentir sobre Kruchev, mas não houve nada que afetou o prazer da ocasião. No dia seguinte, os dois líderes puseram-se a conversar oficialmente, ambos se reuniram no gabinete presidencial e discutiram problemas do mundo. Depois dessa conferência, Kruchev saiu para visitar o apartamento em Paris no qual uma vez hospedou-se Lênin. Foi quando 7 mil franceses comunistas o saudaram entusiasticamente, liderados pelo chefe do Partido Comunista local, Maurice Thorez. Finda essa visita, Kruchev voltou para a segunda sessão de conversações com De Gaulle. (Baseado em EE19600331)